11.11.17

O irmão mais velho

Já dizia o Carlos González no seu livro "Crescer Juntos":
“o irmão mais velho enfrenta uma desvantagem: a crença que os seus pais ainda depositam no arquétipo do “menino bonito” e obediente, uma miragem plasmada da televisão, dos livros e da tradição popular. 
(...) Quando nasce o segundo filho, o pai já sabe por experiência própria que, aos dois anos de idade, as crianças não arrumam a casa nem adormecem sozinhas, pelo que nem sequer perderá tempo a ensaiar uma tentativa junto do filho mais novo.
(...) É sempre o pobre irmão mais velho que tem de abrir terreno perante a inexperiência dos pais. Por ser mais velho do que os outros, dele esperamos que se revele sempre maduro e responsável, sem nos lembrarmos de que se trata, na realidade, de uma criança."
Sendo eu filha mais velha, e o meu marido também, percebemos bem o que o Carlos González diz. No entanto, nós próprios pedimos e exigimos à nossa filha mais velha mais do que aquilo que ela gosta. Arrumar o quarto, levar a roupa para o cesto, arrumar o casaco não são coisas que ela não consiga fazer. Mas são coisas que ela prefere não fazer quando brincar é muito melhor.
Simplesmente experimentamos até onde ela consegue ir, queremos que ela seja mais e melhor. Seremos assim tão irrealistas? ou prepotentes?

É bom reler estes livros para descermos à terra e evitar cair no exagero pois ela não tem que ser perfeita, só tem que ser uma criança. Mas se pudermos puxar por ela, continuaremos a fazê-lo, porque o mundo lá fora vai sempre exigir mais dela. 
Ficará ao critério de cada um até onde se poderá ir com as "exigências" aos nossos filhos

Sempre ouvi dizer para nunca se dar à criança ferramentas para usarem se elas tiverem capacidades de conseguir essas ferramentas. Se ela é capaz de se levantar depois da queda, porque não deixá-la levantar? Iremos depois consolá-la. Mas deixemo-la levantar.

2 comentários:

S* disse...

Já eu tenho irmão mais velho e mana gémea e acredito que os irmãos são mesmo o melhor que temos na vida.

Mãe, só a 7 disse...

São sim senhora!